quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Mágico de Oz



     The Wizard of Oz é um filme estadunidense de 1939 dirigido por Victor Fleming, produzido pela MGM, baseado no livro infantil homônimo de L. Frank Baum publicado em 1900. No mesmo ano de lançamento foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes e no ano seguinte, 1940, indicado em seis categorias no Oscar, tendo vencido duas delas: Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original com "Over the rainbow".

     Dorothy Gale (Judy Garland) mora num rancho com Tia Emm (Clara Blandick) e Tio Henry (Charley Grapewin) no Kansas. Seu amigo e cãozinho de estimação, Totó, sempre persegue o gato da Sra. Gulch (Margaret Hamilton) que é dona de muita terra do condado e manda e desmanda na região. Há também três trabalhadores nessa fazenda: Hunk (Ray Bolger), Zeke (Bert Lahr) e Hickory (Jack Haley).

     O filme começa com Dorothy e Totó fugindo da Senhora Gulch, uma "bruxa má" que quer fazer mal ao cão que a atacou. A garota tenta falar com os tios a respeito disso, porém eles estão muito ocupados. Então ela recorre aos três trabalhadores. Hunk diz que ela não pode ter 'cabeça de palha', que deve usar a inteligência contra Gulch. Zeke fala sobre a coragem que ela deve ter ao enfrentá-la, nesse momento Dorothy cai no chiqueiro e clama por seu socorro e ele a salva mesmo morrendo de medo dos porcos. Numa segunda tentativa de contar à Tia Emm o que a Sra. Gulch pretende fazer, recebe as seguintes palavras que a fazem pensar: Ajude-nos encontrando um lugar onde não vai causar nenhum problema.



     Por vingança à mordida, Gulch resolve tomar o cachorrinho da menina com apoio da lei. Dorothy a chama de 'bruxa velha e malvada' e sai da sala. Mesmo contra a vontade, os tios da menina deixam o cachorro ir. A senhora leva Totó que escapa e volta para sua dona. Dorothy resolve fugir com o cão para longe dali. Encontra o Professor Marvel (Frank Morgan), ele "adivinha" que a garota é uma fugitiva por não ser compreendida em casa, "vê" seu passado (fazendo uso de elementos óbvios, como bom trapaceiro que é) e acaba por fazê-la sentir necessidade de voltar para casa. 

     Logo se inicia uma tempestade que faz com que todos se protejam no abrigo, menos Dorothy que entra em casa com o Totó. Uma pancada faz com que a menina desmaie e ao recobrar os sentidos percebe-se dentro de um tornado. Pela sua janela passam seus conhecidos, dentre eles a Almira Gulch em sua bicicleta que se transforma numa bruxa sobre uma vassoura. 

     Sua casa aterrissa na Terra de Oz sobre alguém, matando-o. Chega Glinda (Billie Burke), a boa Bruxa do Norte querendo saber se Dorothy é uma bruxa boa ou malvada, pois os Munchkins disseram que uma nova bruxa esmagou a Bruxa Malvada do Leste tornando-se assim sua heroína. Gulch aparece nessa terra como a velha Bruxa Má do Oeste (referência à forma como Dorothy chamava Gulch), irmã da bruxa morta, atrás de seus poderosos sapatos de rubi*, entretanto magicamente eles vão para os pés de Dorothy.

     Para poder voltar para o Kansas, os habitantes sugerem que a garota siga pela Estrada de Tijolos Amarelos até a Cidade de Esmeraldas onde encontrará o Mágico de Oz que lhe dará essa oportunidade.

     Segue pela estrada de tijolos amarelos até uma encruzilhada e ao questionar-se sobre que caminho seguir é respondida por um Espantalho (Ray Bolger) que queria ter um cérebro pra ficar pensando em coisas que nunca pensou. Ela comenta que poderia pedir isso ao Mágico que seguisse o caminho com ela. Ele segue. Entre macieiras encontram um Homem de Lata (Jack Haley) que está enferrujado há um ano entristecido por não ter um coração, ser vazio, não sentimental em questões de amor ou arte. Ambos convencem-no de que o Mágico lhe dará um coração se os acompanhar. Surge a Bruxa Má que ameaça os novos amigos da menina. Isso os impulsiona ainda mais a ajudar a garota a encontrar o Mágico. Dorothy tem uma impressão de que conhece esses amigos de algum lugar, entretanto tenta afastar essa ideia e seguem adiante. Os três são então atacados pelo Leão (Bert Lahr) que se faz de valentão sendo na verdade um covarde com medo até de si. Também é motivado a seguir pela Estrada a fim de ganhar a coragem almejada.


     A Bruxa os vê através da bola de cristal e decide aplicar um feitiço para tentar roubar os poderosos sapatos de rubi: cria um campo de papoulas no meio do caminho para um sono profundo dos personagens, mas a Bruxa do Norte faz nevar, cortando assim efeito do sonífero natural. Os amigos chegam à Cidade de Esmeraldas onde vive o grande e poderoso Mágico que ninguém nunca viu, entretanto todos acreditam (entendi como analogia a deus: um ser 'invisível' no qual a grande maioria crê mesmo sem provas cabais -- sem pôr em questão a existência ou não de deus, ok?!). A bruxa os segue até lá. O Mágico recusa recebê-los. Dorothy chora comovendo o guarda que os leva até o Mágico. Oz promete dar-lhes o que procuram desde que se provem merecedores: pede que tragam a vassoura da Bruxa do Oeste como objeto de troca, sendo, para isso, necessário matá-la.

     Depois de um jogo de gato-e-rato, acidentalmente a garota mata a bruxa. Levam a vassoura até Oz e ele não quer cumprir sua promessa, pede que voltem no dia seguinte. Os viajantes o enfrentam e Totó acaba por revelar que atrás de uma cortina havia um homem comum (Frank Morgan), um farsante que usava de tecnologia para projetar sua voz e imagem com O Grande Oz.

     Na tentativa de minimizar o erro, o Mágico usa das palavras para cumprir suas promessas dando: um diploma ao Espantalho, tornando-o Doutor em Pensamentologia, provando sua inteligência simbolizada pelo cérebro; uma medalha para o Leão em honra a sua coragem e sabedoria para fugir quando se deve; e um relógio em formato de coração que tiquetaqueia ao Homem de Lata por toda a sua bondade, dizendo-lhe que “um coração não é julgado pelo quanto você ama, mas pelo quanto você é amado pelos outros”. Muita simbologia que nos traz alguns ensinamentos. Quanto a Dorothy, ele conta ao grupo que como ela, ele também veio do Kansas, em um balão, e que voltaria nele para levá-la de volta a sua casa. 

     Informa à população da Terra de Oz que em seu lugar o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão governarão tendo em vista que eles possuem grandes virtudes. Quando o balão alça voo, Dorothy sai atrás de Totó que fugiu, ficando para trás, em Oz, enquanto o Mágico se vai. A Bruxa do Norte aparece e diz à menina que ela sempre teve o poder de voltar ao Kansas, mas ela precisava aprender algo antes com todas essas dificuldades. Com o poder dos sapatos de rubi, Dorothy bate os calcanhares três vezes repetindo que “não há lugar melhor que o lar”. E então a garota está em sua casa, em sua cama, sendo cuidada por sua tia, cercada por seus amigos auxiliares da chácara, seu tio, e um senhor, o Professor Marvel. Todos dizem que tudo não passou de um sonho, mas a menina sabe que foi um aprendizado, diz que os ama e nunca mais fugirá, pois não há lugar como o nosso lar.


As cenas ambientadas no Kansas são monocromáticas em tons marrons. Já as na Terra de Oz foram coloridas usando Technicolor. 

Há alguns (vários) erros de sequência que com um pouco de atenção você será capaz de notar.

Procurem pesquisar sobre The Dark Side of the Rainbow ou The Dark Side of the Oz: uma curiosidade sobre Pink Floyd e o filme.

A respeito da história, em 1964, Henry M. Littlefield (um educador americano, autor e historiador) declarou que O Mágico de Oz não era um simples conto infantil e sim uma sátira política ao
Partido Populista publicando o artigo "The Wizard of Oz: Parable on Populism" no "American Quaterly". E isso vem sendo ensinado nas escolas e universidades americanas. Os outros especialistas em política e história estado-unidenses dizem que o livro é muito mais do que uma história voltada para crianças. Afirmam que L. Frank Baum era um seguidor do Partido Populista e que usou o livro para defender o principal ideal desse partido: introduzir a prata como moeda de circulação no país, quebrando a hegemonia do ouro.

"sapatos de rubi": * no livro, os sapatos são prateados para causar a ideia de prata caminhando sobre o ouro. O triunfo da moeda de prata sobre a moeda de ouro.

     Conheci essa história quando ainda criança (por volta dos 7 anos) através de representação teatral. Lembro-me de ter gostado muito por ser encantadora, porém não fui capaz, na época, de reconhecer certas mensagens contidas. É um filme maravilhoso, independente da análise política que você for capaz de fazer da história, e nos faz refletir sobre conceitos de amizade, virtudes, responsabilidades, pensar que por vezes o que procuramos está em nós mesmos. Recomendo muito, tanto para crianças quanto para os mais crescidos. 

Até mais.

2 comentários:

  1. Muito obrigada pelo post!
    Gostei muito de ter o enredo detalhado, preciso fazer um trabalho sobre calçados e queria citar Dorothy mas não lembrava da historia do filme :D

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu que agradeço pelo comentário, por ter gostado do post e espero que faça um ótimo trabalho =)

      Excluir

Comentem, opinem, critiquem, mas sejam educados, ok?